A ascensão da queda: a tragédia silenciosa de um povo iludido

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Durante quarenta anos, uma nação foi convencida de que marchava rumo à justiça, quando na verdade se arrastava rumo à decadência. A frase que expõe a queda do Brasil do 40º para o 81º lugar no ranking global de renda não é apenas um dado econômico — é o epitáfio de uma ilusão coletiva. Uma farsa histórica encenada por elites culturais que confundiram piedade com política, equidade com estatismo, e justiça com nivelamento por baixo. Essa é a anatomia de uma regressão orquestrada, em nome de ideais que se proclamam nobres, mas produzem apenas estagnação. Desde o final da ditadura militar, o Brasil viveu um processo profundo de reengenharia ideológica. Em nome da “democratização do saber”, intelectuais militantes ocuparam universidades, redações e escolas com a missão de substituir o mérito pelo ressentimento, e a liberdade pela tutela do Estado. Inspirados por um marxismo tropical, reinventaram o conceito de opressão: toda hierarquia virou injustiça, toda riqueza virou suspeita, e todo s...

O sol atrai, mas o poder se esconde nas sombras


Essa frase, carregada de poesia sombria, toca um ponto sensível da dinâmica do poder: sua verdadeira natureza raramente brilha sob os holofotes. Os "amadores", aqui, são os encantados pela visibilidade, pelo reconhecimento público, pela ideia romântica de liderança. Procuram o sol porque acreditam que é ali que reside a força — na glória, na aclamação, na luz da popularidade. Mas o que acontece quando se aproximam demais dessa claridade? São devorados. O poder, como bem sabiam Maquiavel e Foucault, não é essa chama brilhante que seduz os ingênuos, mas sim uma rede intricada de relações, controle e estratégia que opera nas entrelinhas da sociedade.

Maquiavel já alertava, em O Príncipe, que governar exige mais astúcia do que virtude pública. O governante eficaz deve saber manipular as aparências, mas nunca confiar nelas como fonte de poder duradouro. O brilho público pode até ser necessário, mas é enganoso e perigoso para quem acredita que ali está o verdadeiro controle. O poder não se afirma na exposição, mas na capacidade de operar a partir das sombras — onde se articulam as alianças, onde se neutralizam inimigos, onde se moldam as regras do jogo sem que os jogadores percebam.

Foucault, por sua vez, desconstrói a ideia de poder como algo que se possui e exibe. Para ele, o poder é difuso, capilar, está em toda parte — mas sua eficácia está justamente em não se deixar ver. Quanto mais invisível, mais forte. Os que se expõem demais tornam-se vulneráveis, alvos fáceis de críticas, escândalos e disputas.

Na política prática, isso é evidente. Figuras que controlam estruturas inteiras, como chefes de bastidores, presidentes de partidos, conselheiros e operadores do sistema, muitas vezes são desconhecidas do público, mas têm um peso decisivo nas engrenagens do poder. Enquanto isso, os que se projetam demais frequentemente enfrentam quedas espetaculares, como Ícaro diante do sol.

Portanto, entender o poder é entender o valor do silêncio, da invisibilidade e da estratégia. A política, para os que a dominam, é antes um jogo de sombras do que um espetáculo de luzes.

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