A arte de ocultar correntes: como a política aperfeiçoou o disfarce da opressão

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Desde os tempos mais remotos, a política tem se erguido como o campo privilegiado da disputa pelo comando das consciências, mais do que pela mera condução dos corpos. O enunciado — "A política se tornou a arte de impedir que as massas se apercebam da opressão que sofrem" — sintetiza com precisão a mutação sofisticada do poder: de brutal e ostensivo, como nas tiranias clássicas, para dissimulado e consensual, como nas democracias de fachada e nos regimes tecnocráticos contemporâneos. O poder, que outrora se exercia com a espada e o açoite, hoje se perpetua através da manipulação simbólica, da produção de narrativas e do controle sutil dos desejos e percepções. O século XX foi o grande laboratório dessa transformação. A escola de Frankfurt, sobretudo com Herbert Marcuse e a sua "sociedade unidimensional", já denunciava o surgimento de uma ordem política onde a opressão não mais se sustentava na coerção explícita, mas na fabricação de uma cultura que anestesia e neutra...

A Reflexão sobre a Natureza Humana na Frase "O Homem é o Lobo do Homem" de Leviatã


A famosa frase "o homem é o lobo do homem", extraída do livro "Leviatã" do filósofo Thomas Hobbes, provoca uma profunda reflexão sobre a natureza humana e suas tendências inerentes. Publicado em 1651, "Leviatã" aborda a filosofia política e social, delineando a visão de Hobbes sobre a necessidade de um governo forte para evitar o caos decorrente das interações humanas.

No contexto da frase, Hobbes estava ilustrando a natureza competitiva e potencialmente agressiva do ser humano quando este age sem um governo ou autoridade para impor regras. A metáfora do "lobo" sugere que, sem uma estrutura social que coíba os impulsos individuais, os seres humanos podem se tornar ameaças uns aos outros, em uma luta constante pela sobrevivência e pelo poder.

A frase "o homem é o lobo do homem" resume a visão de Hobbes de que, na ausência de um contrato social que regule as interações e estabeleça normas, a humanidade está fadada ao conflito e à anarquia. Hobbes argumenta que é do interesse próprio das pessoas buscar a ordem social e estabelecer um governo centralizado, o "Leviatã", para manter a paz e proteger todos os indivíduos.

Um exemplo contemporâneo que reflete essa ideia é a falta de governança em áreas onde o estado de direito é fraco. Em regiões onde a autoridade do governo é limitada ou inexistente, pode ocorrer uma competição violenta por recursos, poder e influência. Grupos armados, milícias e organizações criminosas podem emergir, prejudicando a vida das pessoas comuns e gerando um ciclo de violência.

A frase "o homem é o lobo do homem" encapsula a concepção de Thomas Hobbes sobre a natureza humana em seu estado natural e sua necessidade de um governo forte para evitar o conflito e a destruição mútua. Essa reflexão continua a ressoar nos debates contemporâneos sobre a governança, a justiça e a busca por uma sociedade estável.

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