A arte de ocultar correntes: como a política aperfeiçoou o disfarce da opressão

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Desde os tempos mais remotos, a política tem se erguido como o campo privilegiado da disputa pelo comando das consciências, mais do que pela mera condução dos corpos. O enunciado — "A política se tornou a arte de impedir que as massas se apercebam da opressão que sofrem" — sintetiza com precisão a mutação sofisticada do poder: de brutal e ostensivo, como nas tiranias clássicas, para dissimulado e consensual, como nas democracias de fachada e nos regimes tecnocráticos contemporâneos. O poder, que outrora se exercia com a espada e o açoite, hoje se perpetua através da manipulação simbólica, da produção de narrativas e do controle sutil dos desejos e percepções. O século XX foi o grande laboratório dessa transformação. A escola de Frankfurt, sobretudo com Herbert Marcuse e a sua "sociedade unidimensional", já denunciava o surgimento de uma ordem política onde a opressão não mais se sustentava na coerção explícita, mas na fabricação de uma cultura que anestesia e neutra...

A Influência Divina na Gestão do Mundo e o Desafio Humano de Reconhecer Limites


A modernidade trouxe consigo um otimismo desenfreado, uma crença profunda no poder humano de dominar tudo o que vê e imagina. Este otimismo, porém, pode ter nos levado a uma armadilha de nossa própria criação. A ideia de que somos ilimitados, de que podemos reinventar-nos sem considerar as consequências, nos coloca em uma posição perigosa, onde até mesmo a ideia de um Deus Criador é considerada obsoleta.

O conceito de "limite", tão avesso à mentalidade moderna, é crucial para a nossa existência. Dispensar a ideia de um criador não significa necessariamente negar a sua existência, mas sim a de exonerá-lo, de desvinculá-lo de nosso contexto, como muitas vezes fazemos em processos burocráticos. A questão é: ao fazer isso, estamos realmente nos libertando ou apenas nos cegando para a verdadeira essência da existência?

Muitos acreditam que a humanidade é capaz de se reinventar, de criar e moldar o seu próprio destino. A observação dos céus e a ambição de recriar o paraíso na Terra são testemunhos dessa crença. Embora tenhamos falhado em projetos como a Torre de Babel, a humanidade, com a ajuda da ciência e tecnologia, alcançou a Lua e agora mira em Marte. O que antes era atribuído a Deus, como a onipotência, onisciência e onipresença, agora parece estar ao alcance dos seres humanos.

Entretanto, com todos esses avanços, será que realmente aprendemos a controlar nossos impulsos e desejos destrutivos? A busca incessante pelo externo, pelo desconhecido, muitas vezes pode ser uma distração para não enfrentarmos o que está dentro de nós. A guerra, a destruição e o terrorismo, disfarçados sob o manto da ciência ou da feitiçaria pós-moderna, continuam a nos assombrar.

A verdadeira chave para entender nossa existência pode estar no reconhecimento dos nossos limites. A consciência desses limites nos permite expandir nossa compreensão e honrar uma ética de sinceridade, paz e equidade. A arte de reconhecer e aceitar nossos limites, de dizer "não" a nós mesmos, é o que nos torna verdadeiramente humanos.

Não precisamos negar ou matar a ideia de Deus para nos afirmarmos. O reconhecimento de nossos limites e a busca por uma ética sincera são essenciais para entendermos nosso papel no mundo e nossa relação com o divino.

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