A ascensão da queda: a tragédia silenciosa de um povo iludido

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Durante quarenta anos, uma nação foi convencida de que marchava rumo à justiça, quando na verdade se arrastava rumo à decadência. A frase que expõe a queda do Brasil do 40º para o 81º lugar no ranking global de renda não é apenas um dado econômico — é o epitáfio de uma ilusão coletiva. Uma farsa histórica encenada por elites culturais que confundiram piedade com política, equidade com estatismo, e justiça com nivelamento por baixo. Essa é a anatomia de uma regressão orquestrada, em nome de ideais que se proclamam nobres, mas produzem apenas estagnação. Desde o final da ditadura militar, o Brasil viveu um processo profundo de reengenharia ideológica. Em nome da “democratização do saber”, intelectuais militantes ocuparam universidades, redações e escolas com a missão de substituir o mérito pelo ressentimento, e a liberdade pela tutela do Estado. Inspirados por um marxismo tropical, reinventaram o conceito de opressão: toda hierarquia virou injustiça, toda riqueza virou suspeita, e todo s...

Papel versus pixels: a escolha eleitoral de Israel e Brasil


No coração do debate sobre a modernização dos processos eleitorais, encontram-se dois exemplos contrastantes: Israel e Brasil. Israel, reconhecido mundialmente por sua vanguarda tecnológica, especialmente em setores como defesa, tecnologia da informação e biotecnologia, surpreendentemente adota um método tradicional de votação em papel. Em contraste, o Brasil, apesar de não ser considerado uma potência tecnológica no mesmo patamar que Israel, lidera com um dos sistemas de votação eletrônica mais avançados do mundo desde a década de 1990.

A decisão de Israel de manter a votação em papel, apesar de sua proeminência tecnológica, não é desprovida de lógica. A escolha reflete uma ponderação cuidadosa de fatores como segurança, transparência e confiabilidade. A votação em papel é vista por muitos como uma forma de garantir um registro físico inalterável do voto, facilitando a recontagem e auditagem em caso de disputa. Além disso, o sistema israelense, embora considerado menos eficiente do ponto de vista do processamento de resultados, é apreciado por sua simplicidade e robustez contra ameaças cibernéticas, uma preocupação constante para um país altamente visado como Israel.

Por outro lado, o Brasil adotou a urna eletrônica com o objetivo de combater a fraude eleitoral, acelerar a apuração dos votos e aumentar a acessibilidade do processo eleitoral. O sistema brasileiro tem sido, em grande parte, um sucesso, com a rapidez e eficiência da contagem dos votos sendo destacadas como grandes vantagens. No entanto, a escolha do Brasil pela eleição eletrônica também suscitou debates sobre a segurança e a transparência, especialmente considerando a complexidade de garantir a integridade de sistemas eletrônicos contra interferências e ataques cibernéticos.

A discussão entre o uso do papel e do eletrônico nos processos eleitorais traz à tona importantes reflexões sobre o que constitui a "melhor" metodologia. Como nos ensina o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau, a soberania reside no povo, e a maneira como essa soberania é expressa — seja por meio de papel ou eletronicamente — deve primar pela confiança e legitimidade perante os eleitores. A sociologia política, através de pensadores como Max Weber, também nos lembra da importância da burocracia racional legal no estabelecimento de procedimentos que garantam a legitimidade e a eficácia do processo eleitoral.

Israel e Brasil, com suas escolhas divergentes, ilustram o espectro de possibilidades e desafios na implementação de tecnologias eleitorais. A decisão de cada país reflete não apenas suas capacidades tecnológicas, mas também suas prioridades sociais, políticas e de segurança. Enquanto o debate entre papel e eletrônico continua, a essência reside em garantir que o sistema eleitoral — independentemente de sua forma — mantenha a integridade, promova a confiança pública e assegure a expressão autêntica da vontade do povo.

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