A arte de ocultar correntes: como a política aperfeiçoou o disfarce da opressão

Maquiavel já advertia que a aparência do poder importa tanto quanto sua essência. Enquanto os líderes conseguem manter a ilusão de controle e honestidade, seguem fortes. Mas basta um escândalo vir à tona para que os mesmos que antes protegiam o segredo sejam os primeiros a se afastar. É o clássico "cada um por si". A delação premiada é um exemplo moderno disso: quando a corda aperta, os envolvidos não hesitam em expor o esquema para salvar a própria pele.
A história está repleta de casos em que o que foi feito no escuro veio à tona com consequências devastadoras. O escândalo de Watergate nos EUA começou com um simples arrombamento, mas revelou um esquema gigantesco de espionagem e abuso de poder, derrubando Nixon. No Brasil, a Lava Jato desvendou um sistema de propinas que operava nos bastidores há décadas, destruindo carreiras e partidos inteiros. O sigilo, que antes protegia, rapidamente se tornou um fardo para quem estava envolvido.
O poder seduz, e a crença de que certos segredos jamais serão descobertos é um dos maiores erros dos políticos. Mas a história mostra que, mais cedo ou mais tarde, a luz chega. E quando isso acontece, quem antes se beneficiava do silêncio precisa encontrar novas formas de se proteger, nem que para isso seja necessário entregar seus próprios aliados.
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