A ascensão da queda: a tragédia silenciosa de um povo iludido

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Durante quarenta anos, uma nação foi convencida de que marchava rumo à justiça, quando na verdade se arrastava rumo à decadência. A frase que expõe a queda do Brasil do 40º para o 81º lugar no ranking global de renda não é apenas um dado econômico — é o epitáfio de uma ilusão coletiva. Uma farsa histórica encenada por elites culturais que confundiram piedade com política, equidade com estatismo, e justiça com nivelamento por baixo. Essa é a anatomia de uma regressão orquestrada, em nome de ideais que se proclamam nobres, mas produzem apenas estagnação. Desde o final da ditadura militar, o Brasil viveu um processo profundo de reengenharia ideológica. Em nome da “democratização do saber”, intelectuais militantes ocuparam universidades, redações e escolas com a missão de substituir o mérito pelo ressentimento, e a liberdade pela tutela do Estado. Inspirados por um marxismo tropical, reinventaram o conceito de opressão: toda hierarquia virou injustiça, toda riqueza virou suspeita, e todo s...

A mídia como jogador político: o quarto poder em ação


A mídia sempre foi um ator central no jogo político, sendo muitas vezes chamada de "quarto poder" por sua capacidade de moldar narrativas, influenciar a opinião pública e pressionar governos. Desde os panfletos revolucionários do século XVIII até as redes sociais do século XXI, a informação – e quem a controla – tem sido um instrumento estratégico nas disputas pelo poder.

Para pensadores como Michel Foucault, o poder está diretamente ligado ao controle do discurso e da informação. Isso significa que a mídia não apenas reflete a realidade, mas a constrói. A maneira como um escândalo político é enquadrado, o tempo dedicado a determinados temas e a escolha de quais vozes são amplificadas podem mudar completamente a percepção pública sobre líderes e políticas. Essa construção narrativa tem efeitos concretos nas eleições, na governabilidade e até mesmo na estabilidade de regimes políticos.

Nos sistemas democráticos, a mídia pode atuar como fiscalizadora do poder, denunciando abusos e promovendo a transparência. O caso do escândalo Watergate, revelado pelo The Washington Post na década de 1970, exemplifica como o jornalismo investigativo pode derrubar um presidente. Já na era digital, vazamentos como os divulgados pelo WikiLeaks ou pelo The Intercept expuseram bastidores de governos e corporações, muitas vezes provocando crises políticas.

Entretanto, a mídia também pode ser usada como ferramenta de manipulação. No século XX, regimes autoritários compreenderam rapidamente o poder dos meios de comunicação. Adolf Hitler usou o rádio e o cinema para propagar a ideologia nazista, enquanto Joseph Stalin censurava qualquer narrativa contrária ao regime soviético. Hoje, a manipulação não se dá apenas pela censura direta, mas também pela inundação de informações – um fenômeno descrito por Hannah Arendt ao analisar regimes totalitários, onde a desinformação e a banalização da verdade enfraquecem a capacidade de julgamento do público.

As redes sociais trouxeram um novo paradigma, descentralizando a informação, mas também ampliando a propagação de notícias falsas e campanhas de desinformação. O uso de algoritmos para direcionar conteúdos personalizados cria bolhas informativas, onde os indivíduos são expostos apenas a visões que reforçam suas crenças pré-existentes. Isso pode enfraquecer o debate público e favorecer discursos populistas, como apontado por Zygmunt Bauman ao discutir a fragilidade da democracia na era digital.

A relação entre mídia e poder, portanto, é ambígua: pode fortalecer a democracia ao fiscalizar governos, mas também pode ser instrumentalizada para manipular a opinião pública. No fim, quem controla a mídia – seja um governo, uma corporação ou um conjunto de influenciadores digitais – tem uma vantagem significativa no jogo político.

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