A ascensão da queda: a tragédia silenciosa de um povo iludido

Imagem
Durante quarenta anos, uma nação foi convencida de que marchava rumo à justiça, quando na verdade se arrastava rumo à decadência. A frase que expõe a queda do Brasil do 40º para o 81º lugar no ranking global de renda não é apenas um dado econômico — é o epitáfio de uma ilusão coletiva. Uma farsa histórica encenada por elites culturais que confundiram piedade com política, equidade com estatismo, e justiça com nivelamento por baixo. Essa é a anatomia de uma regressão orquestrada, em nome de ideais que se proclamam nobres, mas produzem apenas estagnação. Desde o final da ditadura militar, o Brasil viveu um processo profundo de reengenharia ideológica. Em nome da “democratização do saber”, intelectuais militantes ocuparam universidades, redações e escolas com a missão de substituir o mérito pelo ressentimento, e a liberdade pela tutela do Estado. Inspirados por um marxismo tropical, reinventaram o conceito de opressão: toda hierarquia virou injustiça, toda riqueza virou suspeita, e todo s...

O idealismo como máscara do poder: quando a virtude esconde ambições


A política é repleta de discursos inflamados sobre justiça, igualdade e progresso. Líderes e movimentos se apresentam como portadores de ideais nobres, prontos para transformar o mundo. No entanto, um olhar mais cético revela que, muitas vezes, esse idealismo é apenas um verniz que encobre a busca pelo poder. A história está cheia de exemplos de figuras que, sob o pretexto de defender grandes causas, consolidaram sua influência e ampliaram sua autoridade.

Maquiavel já alertava que a política não se move apenas por princípios morais, mas por interesses e estratégias. Segundo ele, um governante deve parecer virtuoso, ainda que sua verdadeira intenção seja a manutenção do poder. Isso se aplica não apenas a governantes, mas a movimentos políticos inteiros que, sob o pretexto de lutar por um bem maior, na realidade, buscam apenas ocupar espaços de influência.

Karl Marx via o idealismo como uma forma de ideologia, um conjunto de crenças que mascara os interesses reais de determinada classe. Líderes revolucionários, por exemplo, frequentemente justificam sua ascensão como um passo necessário para alcançar uma sociedade mais justa, mas, na prática, tornam-se tão autoritários quanto aqueles que substituíram. A Revolução Russa de 1917 começou com promessas de igualdade, mas rapidamente levou à consolidação do poder na figura de Stálin. O ideal de libertação deu lugar ao culto à personalidade e ao controle estatal absoluto.

Mesmo na democracia, esse fenômeno é evidente. Políticos eleitos com discursos de renovação frequentemente usam a bandeira do idealismo para justificar práticas que servem mais à sua manutenção no cargo do que ao interesse público. O messianismo político, onde um líder se coloca como o único capaz de guiar a nação, é um exemplo claro dessa manipulação. O carisma e os princípios são utilizados para mobilizar massas, mas, no fundo, a lógica do poder permanece a mesma.

O idealismo, portanto, não deve ser aceito sem questionamento. Ele pode ser sincero em alguns casos, mas a história mostra que, muitas vezes, é apenas uma ferramenta para conquistar e perpetuar o poder. O verdadeiro desafio não é acreditar cegamente nos discursos, mas identificar até que ponto eles servem ao bem comum ou apenas a quem os profere.

Comentários

  1. Muito bom. A própria democracia tem o recuso do uso indevido da liberdade de opinião para possibilitar este tipo de idealismo.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

STF Fashion: o Supremo Tribunal do estilo e do gasto público

O sol atrai, mas o poder se esconde nas sombras

A arte de justificar o injustificável: os 21 passos do discurso defensivo segundo Stephen Walt